domingo, 9 de novembro de 2014

Houve um tempo... Olegário Mariano é seu nome!


Janeiro de 1982 - almoço no "rancho"



Houve um tempo em que reunir a família era simples e fácil.
Talvez por que as crianças eram menores e se podia transportá-las à desejo de seus pais; talvez por que morávamos mais perto; talvez...talvez...talvez...
Podemos elencar diversas razões para essa dificuldade e todas elas bastante pertinentes, porém uma das mais recorrentes é a acomodação!
Sim estamos acomodados a essa distância.
Sim é cômodo dizer: eles moram tão longe!!!!!
Sim é fácil dizer: antigamente a distância era menor!
Sim bem sei que todos nós trabalhamos MUITO. Mas fica a saudade!
Hoje meu tio Olegário Mariano faz aniversário.
Recebeu esse nome em homenagem ao poeta xará dado por seu pai que gostava muito de ler.
Não o vejo há bastante tempo, mas penso sempre nele e nas horas deliciosas que passávamos em seu “rancho” como eles diziam – ele e minha querida tia Ameli, sua mulher.
Era quase uma lei: todo domingo o almoço era no rancho, à beira da represa. Almoço esse que ia até o anoitecer!
Cada um levava sua comida, bebida, doces, e juntávamos tudo para a comilança. Nadar, andar de caiaque, jogar bola, lagartear nas redes, jogar baralho... Tudo isso fazia parte do conjunto.
Muita risada, muita brincadeira, muito papo jogado fora e algumas (poucas) histórias sérias também. Assim passávamos o domingo entre familiares.
Hoje é o aniversário do tio Lega – apelido carinhoso dado por sua mulher e estou pensando nele.
PARABÉNS TIO OLEGÁRIO! MUITA SAÚDE E PAZ!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Minha mãe




Eu e meus pais

  
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!


Esse é um dos versos da poesia de Casimiro de Abreu que se chama “Meus oito anos”. Atualmente minha mãe vive recitando essa parte somente...
        Até achei que entendia. Ela está fazendo 92 anos hoje, dia 31 de outubro e, logicamente, não tem a mesma saúde, leveza, agilidade de alguns anos atrás, mas “oito anos”? Não, não era uma vida muito boa nessa idade.
        De pai alfaiate e mãe “do lar”, teve uma infância bem difícil. Com seis filhos, seus pais não tiveram fartura. A vida era MUITO apertada a ponto de meu avô ter que pagar a escola das filhas costurando para as freiras do colégio onde elas estudaram.
        “Águas passadas não movem moinho”, bem sei, porém sua lembrança ajuda a nos fortalecer e a dar mais valor às pessoas.

Minha mãe é pessoa de muito valor!

À frente de seu tempo, estudou e se formou professora primária. Trabalhou em escolas rurais para onde ia dirigindo (coisa rara para uma mulher na época) seu “pé-de-bode” – carro Ford 29 – em estradas de terra e areia. Passou por inúmeras dificuldades até conseguir lugar na escola da cidade.
O carro foi protagonista de histórias fantásticas que, hoje, nos fazem rir muito. Foi puxado por cavalo quando estragou, teve seus fios elétricos arrancados por minha mãe quando pegou fogo, teve uma das rodas soltas e pulando cercas das fazendas... Quanta aventura!
Quando mudamos para São Paulo, minha mãe continuou lecionando até se aposentar. Ia de ônibus para a escola que ficava em Osasco, distante hora e meia de nosso apartamento. Nessa fase, porém, estava mais tranquila, com os filhos já criados e com situação financeira estável.
Perseverança, coragem, atitude, firmeza, companheirismo, dedicação, amor, são sentimentos passados e mantidos por ela até hoje.
Sua força é invejável. Seu raciocínio é invejável. E suas comidas... AH! Essas então... Que delícia!

Dificuldade em cortar o bolo...braços curtos rsrsrs


PARABÉNS MÃE! QUE ESSE DIA SE REPITA POR MUITOS ANOS!