quinta-feira, 16 de maio de 2013

REMEMORANDO - o centro da capital paulsita



    Andar pelas ruas do centro – 25 de Março; Ladeira Porto Geral; Direita; Avenida São João, etc. etc. etc. é voltar no tempo.

    Os sobrados, alguns pintados de cores que contrastam as paredes com os ornamentos, as sacadas de ferro batido, as colunas todas enfeitadas com arabescos, as portas de madeira entalhadas, tudo isso nos remete a uma época de vida mais calma, quando as horas passavam calmamente e as pessoas tinham mais tempo para criar, fazer e apreciar o belo.


    Ainda hoje podemos ver as árvores frutíferas no centro paulistano, como na Rua Florêncio de Abreu onde existe um grande sobrado abandonado, cujo quintal está sendo utilizado como estacionamento, e tem jabuticabeiras na sua entrada! E os detalhes em cada janela, em cada porta...


    Passear no centro de São Paulo com olhos de ver nos proporciona muitas alegrias e nos faz refletir sobre temas como conservação do patrimônio cultural brasileiro, seja ele material ou imaterial, tão rico e plural.

    Nos faz pensar sobre a importância de se ter nas escolas uma disciplina que ensine as crianças a entender, através de uma foto, por exemplo, a história contida nela. Retirar da imagem a história, a cultura, a vivência cotidiana, os costumes reconstruindo a antropologia cultural de um povo.

   Ao começar a escrever sobre esse tema – o centro da capital, os textos criaram alma própria e me levaram a outros caminhos, como o antes de São Paulo, a viagem até esse destino, seus preparativos, a chegada à capital e tudo mais. Também me fez ver que falar um pouco sobre Avaré – cidade de origem das viagens - seria importante para situar as duas realidades tão diversas: Avaré e São Paulo, na mesma época, a década de 60/70.

            Épocas históricas iguais para tempos diferentes. 

    Enquanto Avaré tinha, em 1970, aos cento e nove anos uma população de cerca de 38.000 habitantes, São Paulo já contava com 5.924.615 de habitantes. 

   Casas térreas no interior e altos edifícios na capital; carros, bondes e ônibus na capital, enquanto no interior fazia-se tudo à pé, de bicicleta ou de charrete de aluguel; elevador e escada rolante absolutas novidades. 

    As ruas no interior serviam de espaço para inúmeras brincadeiras – pular corda, amarelinha, bolinha de gude, bola, etc. As famílias sentavam-se à porta das casas para conversarem enquanto as crianças brincavam sob seus olhares atentos. Ali se trocavam receitas, se sabia a respeito das pessoas, se convivia.
Na capital (no centro pelo menos) nas ruas não se via crianças brincando e nem senhoras sentadas em cadeiras na calçada tricotando e trocando saberes.

Quanta diferença!

Costumes que assustaram e encantaram a criança viajante!

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