terça-feira, 30 de abril de 2013

MALAS



MALAS



Adoro malas!

Sim aqueles objetos onde colocamos sonhos, esperanças, ternura, amor, aflição, excitação e também, como não dizer, tristezas.

Malas não contêm apenas roupas, sapatos, adereços. Contém toda nossa expectativa do que será a nossa viagem.

Quem vamos encontrar?

Como será o trajeto?

Estarão todos lá?

Quererão nos ver?

E os lugares? Estarão como sempre?

E os lugares ainda desconhecidos? Vamos gostar?

Assim é a vida, uma verdadeira incógnita, um arrumar a mala constante.

É preciso saber o que colocar nela. É preciso esperar sem desejar ardentemente.

É preciso conter nossa expectativa.

É preciso viver cada peça colocada na mala.

Fazemos isso? Nem sempre.

Às vezes (quase que constantemente) saturamos a mala de coisas inúteis.

Não precisamos de tanto nessa nossa viagem que é a vida, afinal carinho, amor, compreensão, respeito e tolerância não ocupam espaço.

Precisamos apenas SER.

SER... HUMANO.





quarta-feira, 17 de abril de 2013

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS - Buraquinho no céu!



Era o ano de 1961, ou não, quando eu e minha amiga Lelê íamos cantar para uma vizinha doente e impossibilitada de sair da cama. Não me lembro do nome dela, mas da filha que nos convidava para alegrarmos sua mãe doente – dona Juraci, nossa vizinha.
Eram músicas de roda ou de ninar, muito simples, de dois acordes que se alternavam e que eu tocava como se fora Dilermando Reis, Baden Pawell ou, para modernizar, Yamandú Costa!
Ficávamos no seu quarto, eu sentada numa cadeira solenemente colocada para a instrumentista (rsrsrs) e Lelê em pé ao meu lado. Não nos deixava sair enquanto não cantávamos sua música preferida: “Buraquinho no céu”!

se você no céu
puder entrar
Faça um buraquinho
Pr´eu também entrar
 
Não sei o que ela via nessa musiquinha... Mas cantávamos a plenos pulmões e o melhor, em duas vozes.  Lelê era soprano, sua voz lembrava a da Evinha (referencia na época de voz aguda e afinada) e eu, contralto. 
A velha senhora não nos deixava sair... Nós envergonhadas e ela feliz!
Essa música é de domínio público, folclórica. Encontrei a letra inteira, mas não sei se era assim que contávamos (a memória me traiu!) aqui está com a cifra para quem quiser se aventurar.

O Buraquinho
Tom: E
              
E           (A)
Se você no céu
              B7 (B7)
conseguir entrar
             (E)
faça um buraquinho
            E (C#m) E7
para eu passar.

     F#m             B7
AE, AO, AE, AO, AE, AO
     E       A       E
AE, AO, AE, AO, AE, AO

              E (A)
Se você no inferno
           B7 ( B7 )
for escapulir,
             ( E )
tape o buraquinho
             E ( C#m ) E7
para eu não cair.

                E ( A )
Não se ganha o céu
           B7 ( B7 )
pela contramão,
             ( E )
lá só tem lugar
               E ( C#m ) E7
Para o bom cristão.

                E ( A )
Não se ganha o céu
                B7 ( B7 )
com a copa mundial,
             ( E )
nem adianta ser
           E ( C#m ) E7
miss universal.

CANTEM QUE “QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA”!