segunda-feira, 21 de março de 2011

INDÚSTRIA CULTURAL E RECURSOS

Como já disse no texto passado, a cultura alimenta a industria cultural que, por seu lado, precisa de recursos para efetivar seus projetos.

Esses recursos podem ser próprios - da pessoa que responde pelo projeto - ou vir de pessoa jurída. O governo incentiva essa ajuda pelas pessoas jurídicas através de Leis municipais, estaduais ou federais. Assim temos, no Brasil, diversas Leis de apoio às atividades esportivas, à licença maternidade, aos projetos audio visuais e aos projetos de incentivo às artes em geral.

Como exemplo, registro a LIF criada na cidade de São José dos Campos onde aparecem as modalidades culturais às quais essa lei se aplica.

Criada em 1999, a Lei de Incentivo Fiscal (LIF) viabiliza empreendimentos da área cultural através do comprometimento da Prefeitura Municipal, Fundação Cultural Cassiano Ricardo e de empresas incentivadoras que optem por investir suas contribuições fiscais em projetos culturais. As modalidades variam entre livros, música, teatro, documentários, restaurações, etc. O maior objetivo, além de estabelecer o envolvimento e investimento das empresas na área cultural, é fomentar a produção cultural independente e promover o acesso da população a diversificados produtos culturais.

Ótimo. Temos artistas/escritores/restauradores/etc. produzindo; pessoas ávidas pelo saber e pessoas incentivando financeiramente os projetos culturais.

O que entrava esse círculo (que não se pretendia vicioso) são as pessoas que analisam e aprovam - ou não - os recursos. Fala-se em cartas marcadas, amizades, pessoas famosas que seriam preferenciais aos recursos financeiros...

Verdade? Não sei. O que sei é que devemos ter (muito) mais cuidado com a cultura e educação neste país onde visivelmente temos MUITAS pessoas lutando para mostrar sua produção e não conseguindo pois são barradas pela burocracia.

quarta-feira, 16 de março de 2011

CULTURA e INDÚSTRIA CULTURAL

Muito difícil definir cultura, podemos fazê-lo por exemplos, talvez seja mais simples...

Linguagem faz parte da cultura de um povo assim como seus costumes - alimentação, festas, músicas, danças, gestual, brincadeiras, brinquedos....etc.

Denys Cuche diz que para se entender o sentido atual do conceito de cultura, devemos entender "como foi formada a palavra e em seguida o conceito científico que dela depende, logo, localizar sua origem e sua evolução semântica".

Para franceses, do século XVIII, cultura está relacionada à civilização.
Para alemães, no século XIX, cultura tende a delimitar e consolidar as diferenças nacionais, ligando-se cada vez mais ao conceito de nação.
Dos debates que se seguiram, surgiu a primeira definição etmológica de cultura dada por Edward Burnett Tylor (1832-1917):

Cultura e civilização, tomadas em seu sentido etmológico mais vasto, são um conjunto complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade.

Não quero me alongar muito neste debate teórico e sim fazer uma pequena introdução para refletirmos sobre a indústria cultural. A indústria cultural se apoia em dois aspectos: os suportes e os conteúdos, por exemplo, os estúdios, os equipamentos de produção, as salas de projeção são suportes e os conteúdos são os filmes, sons, livros, roteiros, etc.

Assim, para alimentar essa indústria é preciso que se tenha produção (cultural). Para se veicular a produção é preciso que se tenha recursos.

Seria ótimo se as Fundações Culturais espalhadas pelo país todo destinassem recursos para que a cultura de um povo fosse cada vez mais difundida e conhecida. Recursos divididos entre muitos para muitos - a socialização da cultura, mas isso é tema para outra hora!

quarta-feira, 9 de março de 2011

CINZAS - a quarta pós carnaval

CARNAVAL

Falar sobre carnaval, sua significação enquanto festa (religiosa), as diferentes manifestações que acontecem no Brasil e no mundo afora, levaria um tempo enorme e gastaria um espaço que neste tipo de mídia não é possível. Me proponho, correndo risco de ser simplista, a falar sobre o tema.

Segundo Mello Moraes Filho, o Carnaval liga-se às Saturninas realizadas em Roma de 17 a 19 de dezembro. No dicionário de frei Domingos Vieira, Adolfo Coelho escreveu que Carnaval vem do italiano carno, e vale. O dialeto milanês tem carnelevale, do baixo latim carnelevamen; de caro, carne, e levamen, ação de tirar - assim temos: tempo em que se tira o uso da carne, pois o carnaval é a noite antes da Quarta-feira de Cinzas.

No Rio de Janeiro, o carnaval começou após a proibição do jogo do entrudo por volta do ano de 1854 quando a população se voltou aos bailes públicos.

O entrudo, como toda manifestação cultural, diferencia-se de lugar para lugar e é difícil precisar sua origem, porém sabemos que, no Brasil, é um costume herdado de Portugal que antecede os três dias imediatos à Quaresma.
No entrudo - divertimento brutal da população pelas ruas - água, farinha, fuligem, goma, ensopavam as pessoas numa verdadeira guerra. Foi aos poucos ficando menos brutal onde as laranjinhas -de-cheiro e borrachas com águas perfumadas substituíram a guerra de farinha.

O primeiro baile mascarado no Rio de Janeiro foi em 23 de fevereiro de 1846. aos poucos, pequenos grupos de mascarados foram dançando pelas ruas e em 1854 alguns carros apareceram e pelas janelas as pessoas atiravam-lhes flores.

Bailes de máscaras, passeatas de carros, músicas nas ruas e coretos, fantasias, janelas decoradas... assim foi surgindo o carnaval, de rua e de salões onde o povo se manifestava para brincar e fazer rir aproveitando para produzir críticas sociais.

Com letras de músicas, com fantasias, as pessoas vão demosntrando sua felicidade ou insatifação...até a Quarta-feira de cinzas!